A Moral dos Trolls


Piadista ou perverso, o troll habita o subsolo da Asgard internética, e é bem feio.

E apesar de feio, todo troll já foi trollado. Atire a primeira pedra quem nunca trollou, e quem nunca trollou um troll.

Um troll calado é um troll trollado.

Essa história divertida aconteceu conosco. O troll trollado podia continuar a se enveredar pelo mau caminho, mas graças a Deus ele estava aqui vivendo uma vida digna, alimentando-se da postagem nossa de cada dia e tomando religiosamente nossas pílulas de sabedoria, que causavam nele uma purgação exorcista. 


Mandei benzer o computador, só por precaução. Consequentemente o troll também foi bento. Porque a gente consegue pensar no próximo, mesmo que ele seja caso perdido. Amém.

O troll pediu abrigo e bênçãos aqui no blog por uns tempos. Morou aqui. Não dormia, não comia, e eu acho que não era comido, Deus que me perdoe... Ficamos com dó deste miserável. Garantimos a ele uns bons nirvanas narcísicos. De fato, ele foi um troll útil. Todo troll é útil.

E enquanto ele cagava a ideia de que a gente era idiota, e desde o gênesis a gente deixava ele achar que sim, um dia ele foi trollado pelo próprio Blogspot, que canalizou toda aquela diarréia mental pra caixa de spam. Nem li. E nem lerei.   

Troll aqui no blog era novidade, mas a experiência foi frustrante. Esperávamos mais do nosso troll, que era superdotado de um deprimente baixo astral. E de uma ironia bem piegas. Era sofrível. Era um troll trollável. Mas ele bem que se esforçava. Ele chegou a pedir arrego, mas seu demônio não deixava. Haja água benta.

E agora, o máximo que este troll trollado e amordaçado vai obter é uma gostosa gastrite e uma aula de trollagem. Porque a gente é do bem, mas a gente conhece as armadilhas do capeta.  

A gente sabe que, para um bom trollador, meia dúzia de palavra basta. Nem que seja pra falar que o blogueiro não sente o que sente, não vê o que vê, não sabe o que sabe, não é o que é ou é o que não é.
Troll que é troll não fala muito, não enrola, é curto e grosso. 
Troll que é troll não pode jogar pérolas aos bloggers, tem que honrar seu próprio código de conduta. Quem se abaixa demais mostra o que não deve.  

Mais importante do que batalhar por alguma respostinha, pela boa vontade de algum blogueiro mais caridoso, é não deixar a postagem ser mais forte.
Nem que ela seja uma descrição perfeita dos problemas da mãe, da tia, da avó, do chefe, da paranoia, da psicopatia, do cramulhão, da caralhada toda. Na trollagem a gente não vê a cara, e o troll não deveria deixar ver o coração.

Porque troll que é troll odeia ser coitado, não mostra ponto fraco. A gente sabe que ele tem, mas ele tem que saber fingir que não tem. 

Enquanto o troll finge que não tem ponto fraco, a gente finge que ele é “fodão” só pra brincadeira ser mais legal. 
Todo troll de blogger nutre certo respeito pelo blogueiro. Aliás, uma trollagem já é um sinal de respeito, porque ninguém chuta cachorro morto. E troll que é troll tem que pegar desafio. Só assim ele prova pra si mesmo que ninguém é melhor que ele.  

Moral da história: ou o troll tem talento, ou não é troll. Talento garante a oportunidade e a oportunidade faz o troll.
Porque nem todo troll é chato. Chato, qualquer idiota consegue ser. O máximo que um chato consegue é desprezo. E desprezo mata o troll. Copiou?


Paga de troll na internet , mas não paga a internet?
Poser. Some daqui com seus minions.